domingo, 27 de maio de 2012

A Marcha das Vadias

Marcha das Vadias protesta contra culpabilização de mulheres em casos de estupro



A Marcha das Vadias, iniciada no 2011, em Toronto, no Canadá, ganhou este ano caráter nacional no Brasil, ocorreu simultaneamente em mais de 20 cidades, neste sábado (26/5), e também, no exterior. Entre as cidades brasileiras que participaram do protesto estão Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, São Paulo, São Carlos (SP) e Sorocaba (SP).

O movimento começou no ano passado, em Toronto, no Canadá, depois de um policial declarar em uma palestra, em janeiro de 2011, na Escola de Direito Osgode Hall, sobre segurança para os estudantes, que as mulheres não deveriam se vestir “como vadias”, para evitar o estupro.

A partir disso, as estudantes da universidade foram às ruas para protestar contra a opinião do policial e conscientizar a sociedade de que a culpa pelo estupro não deve ser da vítima e nem estar associada ao modo como se veste ou se comporta.

Segundo Daniela Montper, uma das organizadoras do evento,a Marcha das Vadias objetiva chamar a atenção da sociedade de que a culpa da violência e do abuso sexual não é da vítima. “É do abusador e do estuprador”, salientou Daniela. “Quando a sociedade fica julgando a vítima, procurando algum motivo para dizer que ela mereceu (a violência), está tirando a culpa do estuprador, do abusador, e jogando em cima da vítima”, acrescentou.  

Daniela Montper salientou que o evento vai levantar outras bandeiras. Um desses temas é a suspensão da Medida Provisória 557, de dezembro do ano passado, que instituiu o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera  (mulher que deu à luz recentemente) para Prevenção da Mortalidade Materna, no âmbito do SUS.  

As organizadoras da Marcha das Vadias consideram que a MP 557 “é discriminatória e ofensiva e tem caráter de criminalizar as mulheres que optarem por não continuar com a gestação, além de controlar essas mulheres”.

Como a marcha possui um público grande de profissionais do sexo, Daniela informou que o evento vai defender também a regulamentação da profissão.

“Ela tem CBO [Classificação Brasileira de Ocupações, na qual a atividade tem o número 5.198-05), é considerada uma ocupação, mas ela não é legalizada. Não consta nenhuma regulamentação para proteger as profissionais do sexo  na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Então, elas ficam à mercê de vários tipos de violência e são marginalizadas pela sociedade”.

A marcha defende ainda o combate a toda forma de violência e abuso sexual contra meninas e mulheres, e prega a diversidade sexual. “Nenhuma pessoa deve ser discriminada por sua orientação ou identidade sexual”, reforçou. Outra bandeira dos participantes é a descriminalização do aborto.

O movimento conta com apoio de várias entidades feministas, como a AMB (Associação de Mulheres Brasileiras). Daniela destacou que o movimento tem ainda a participação de representantes do sexo masculino que apoiam a causa. “São  pessoas de várias  idades e todos os gêneros. É uma marcha bem plural”.
Fonte: site "Última Instância"

A Marcha das Vadias em Pelotas/RS:

Reunidas para gritar contra a violência, centenas de mulheres de Pelotas e região participaram da Marcha das Vadias, movimento feminista que percorreu as principais ruas do Centro entre o fim da manhã e o início da tarde deste sábado (10). A iniciativa foi do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Pelotas (DCE/UFPel) junto a outros coletivos como o Juntas! e o Desconstruindo Gêneros.

 
Munidas de cartazes e megafones, as manifestantes – a maioria, jovens – se uniram para lutar pelo respeito, em meio a uma sociedade em que o machismo ainda faz vítimas.(...).


Coordenadora geral do DCE, Elô Lopes Pinto explica que o Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8, serviu como impulsionador para a organização da Marcha. “Estamos mostrando que o feminismo está vivo e que as mulheres estão na rua. Nós não somos mercadoria. Nossa luta não é o tamanho do short, e sim a conscientização de que absolutamente nada justifica a violência contra a mulher”.
Fonte: Diário Popular Pelotas/ Luísa Martins


A Marcha em Rio Grande/RS:

"Mamãe não quero/Mamãe não quero/Mamãe não quero apanhar/Vou protestar/Vou protestar/Vou lutar até o machismo acabar". Este e mais outros tantos refrões inusitados foram utilizados pelas mulheres que participaram da Marcha das Vadias na tarde deste domingo (13), no Rio Grande, município do Rio Grande do Sul. 

"Achamos a cidade extremamente conservadora e patriarcal. Por isso, depois de realizarmos a marcha em Pelotas, resolvemos vir aqui no Rio Grande", informa uma das participantes e organizadora, que prefere não se identificar, para não veicular a imagem ao coletivo. "Somos sem rostos", define, munidas de cartazes e megafones, cantando e gritando palavras de ordem. 
(...)
A marcha chama atenção para o número de estupros ocorridos no País. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas. Segundo dados apresentados pela CPMI da Violência Contra as Mulheres, apenas em 2011 foram registrados mais de 750 homicídios, mais de 35 mil lesões corporais e mais de mil estupros de mulheres. 


O Rio Grande do Sul é o 18º no ranking da violência contra mulheres e possui apenas uma vara especializada no judiciário para atender mais de 20 mil casos, dos quais 80% não têm continuidade. 
Fonte: jornalagora.com.br

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